sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cordão de Agradecimento

Gives Praise (Dar Graças)


Obrigada, Mãe, por me ensinar
A elevar meu coração em agradecimento
Inundando meu espírito de alegria
Pelas bênçãos do Caminho da Beleza.

Você me ensinou como cantar,
Como celebrar, dançar e tocar tambor,
E como mostrar minha gratidão
Pela abundância que ainda virá.

Você me mostrou a magia da
Transformação da mente e do coração
Uma atitude que molda em sabedoria
A celebração do que a vida traz.

Eu canto a verdade do agradecimento
Quando dou graças ao Avô Sol
E envio meu amor à Mãe Terra
Pela força de vida com que nos fizeram.
(tradução livre do poema Gives Praise de Jamie Sams)

Claro ficou "Dar Graças" é a tônica desta lunação de dezembro que neste ano acontece em Gêmeos e, no meu mapa, na casa VIII. No fim de semana passado uma pessoa que conheço comentou que ainda não havia conseguido entender como elaboro meus rituais. Vou tentar, portanto, ser um pouco mais específica, pois não tenho problema algum em 'divulgar' meus conhecimentos ou a forma como faço as coisas. Então, vamos lá:

A primeira coisa que sempre fiz foi observar em qual signo a lua está transitando, seja na Lua Cheia, seja na Nova. Na astrologia, dizemos que um astro adquire o 'tom' do signo no qual transita, como se fosse um tecido que você mergulhasse em uma bacia com água colorida. Em termos práticos, Gêmeos é o signo da comunicação, do intercâmbio, da interação verbal e mental. Tem caracteres complementares, como se fosse uma 'via de mão dupla', que podem se tornar ambíguos e conflituosos. Regido por Mercúrio, tem o potencial alquímico, a capacidade de entrar e sair de 'quaisquer mundos', de divulgar informações, de trazer 'coisas de um lugar para o outro'; mas também pode ser trapaceiro e enganador - e, no tarô, pode ser associado ao Mago, para quem também segue esta linha de estudos. Portanto, a Lua aqui ganha as 'cores' destes dois elementos, e eu decido escolher dar ênfase em seu tom comunicativo e mental, e em sua capacidade de transmutação alquímica (quero ressaltar que estas explicações são quase caricatas de tão reduzidas e, portanto, sugiro que quem de fato se interessar por Astrologia, que a estude de forma aprofundada).

Visto o signo, vou buscar no meu Mapa Natal a Casa na qual a Lua estará durante esta lunação: Casa VIII. Esta é a casa na qual lidamos com 'os valores' do outro, a casa na qual interagimos intimamente com aquilo que existe na vida alheia, na qual trazemos 'o outro para nosso universo interno'. Uma maneira fácil de entender esta casa é uma brincadeira que a astrologia tradicional faz: diz-se que 'casamos' na Casa VII e 'convivemos/coabitamos' na Casa VIII. Por isto, esta é também a Casa da sexualidade, da Kundaline e, obviamente, da Magia profunda, pois a Kundaline nos dá a capacidade de utilizar nossa vontade para modificar o mundo a nosso redor. Esta Casa é, portanto, a Casa Natural de Escorpião, que traz profundidade emocional - e, já disse no post da Magia Inconsciente, que não há magia sem motivação emocional. Pela associação com Escorpião, esta Casa é regida por Marte e Plutão, planetas com a capacidade de transformar, transmutar e moldar a realidade externa de acordo com a vontade ou necessidade. Haveria outras associações igualmente importantes para se fazer com VIII/Escorpião, mas escolho trabalhar a Magia por querer reforçar a regência de Mercúrio sobre o signo de Gêmeos.

O próximo passo é buscar os aspectos astrológicos do meu Mapa que quero reforçar, trabalhando especificamente com a astrologia horária. Eu poderia escolher, por exemplo, começar o ritual exatamente quando a Lua em trânsito fizesse aspecto com minha Lua Natal, ou com meu Mercúrio Natal ou com Marte Natal (esotericamente considero Marte como 'a fé que transpõe montanhas'). Mas também posso escolher trabalhar de forma 'mágica' durante todo o trânsito da Lua pela casa específica, realizando uma sequência de atos mágicos sem muita precisão em termos horários e escolhendo este apenas por conveniência temporal. Nesta linha, posso ficar dois dias com o que na Umbanda chamamos de 'gira aberta'. (E foi assim que escolhi trabalhar este mês.)

Em sequência, vem a escolha do aspecto da Mãe Divina que melhor represente tudo o que defini ser necessário trabalhar naquela lunação específica. E como, desde agosto, tenho trabalhado o Clã das 13 Ancestrais, agrego ao ritual o atributo que cada uma delas me traz. Depois é só jogar todas essas informações no Caldeirão, agregar a criatividade, escolher as músicas e o 'aspecto' do altar e pronto! Parece complicado, mas é muito, muito fácil. E eu comecei no final da noite de ontem, quando a Lua estava prestes a entrar em Gêmeos. Num post anterior contei que para fazer as maracas para Pachamama, desmanchei dois cordões de cristal: um de quartzo rosa e outro, branco. Usei poucas contas e guardei o resto, sabedora que um dia iria utilizar aquilo em outra magia. E ontem, quando estava terminando de ler o conto da Jamie sobre Gives Praise, tive a 'inspiração' de utilizar aquelas contas na confecção de um colar de agradecimentos à Mãe Divina.

Foi decididamente muito forte começar por ali. Depois de agradecer pelo 'óbvio', como por minha saúde, pela saúde daqueles que amo e coisas assim, me deparei com um pote ainda cheio de contas e comecei a agradecer por coisas para as quais nunca havia atentado serem dignas de graças - mas que o ritual me levou a perceber que são sim, são mesmo!, pois não são acessíveis a todos como, por exemplo, poder corrigir minha visão com um par de óculos ou meus sobrinhos poderem frequentar uma boa escola. Esta foi a 'essência' desta parte dos meus agradecimentos: descobrir tudo aquilo que costumo ter por 'líquido e certo' e avaliar se realmente é assim. Também agradeci pelas coisas 'ruins' de minha existência e na minha Sombra, algo que sempre faço, pois me ensinaram e me ensinam mais sobre mim mesma a cada dia. 

... aqueles que têm 'olhos para ver' já conseguiram perceber que este tom 'didático' do post tem tudo a ver com Gêmeos/Mercúrio... nem preciso comentar!

... espero ter dado uma boa visão de como são elaborados estes rituais 'solitários'. E sou grata por poder fazer isto! 

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