terça-feira, 2 de agosto de 2011

De Pachamama às 13 Xamãs - como surgiu o nome Mulher das Estrelas

Finalmente chegou a época de ritualizar a Mulher Terra através de Pachamama e da Mãe Tartaruga (como descrito no post Encontro com a Mulher Terra). Pedi, e ganhei, duas cabaças para fazer as maracas e saí, no mesmo dia, "consultando" as árvores do meu quintal sobre qual delas estaria disposta a me doar um galho para as hastes - e também para fazer outra baqueta para o meu tambor, pois ele é peruano e a baqueta original é feita com pequenas hastes de metal e, de uns tempos para cá, estou sentindo a necessidade de um som mais 'profundo'. Depois de consultar algumas árvores e receber alguns 'nãos' um dos ipês se dispôs a fazer a doação. Agradeci, retirei o galho e coloquei fubá no lugar, como retribuição. Parti o galho em três, descasquei e coloquei junto com as cabaças em frente a uma imagem da Mãe Divina para que eles secassem.

Um dia antes da Lua Nova comecei a preparar as maracas. Usualmente corta-se as partes inferiores das mesmas para que as sementes e contas não 'escorram' e, a partir deste corte, se insere a haste. Mas tive a intuição de não fazer isto e, depois de prontas, entendi que elas eram para serem tocadas não para cima, mas para baixo. Dentro delas, mais intuitivamente do que conscientemente, decidi colocar 13 contas de cristal branco, 13 contas de outros cristais (que havia deixado no canteiro energizando), 13 sementes de feijão, 13 sementes de milho e 13 sementes das próprias cabaças. Havia visto na internet que o casco da Mãe Tartaruga se representa com 13 partes, mas ainda não tinha a menor idéia do que isto realmente significava. Fiquei praticamente a tarde inteira neste processo artesanal.

No dia seguinte, quando a Lua já estava entrando na minha casa X e entrando também em aspecto com minha Vênus, dei "oficialmente" início ao ritual. Desta vez comecei pela meditação e pela visualização criativa. Coloquei um CD de relaxamento para tocar e fui pegando vários cristais de acordo com que minha intuição direcionava. Seguindo o princípio de criação de um escudo de hematitas descrito pela Katrina Raphaell em um de seus livros, mas também colocando outros cristais mestres em meus chacras, deitei e iniciei uma respiração de ativação do chacra da Terra - também descrita pela mesma Katrina. Consiste em respirar e imaginar que uma energia sobe de um chacra que ela identifica uns 30 cm abaixo de nossos pés, levar esta energia até o chacra da Estrela, situado acima do chacra da coroa e, na expiração, direcionar o fluxo de energia no sentido contrário. Em pouco tempo eu não ouvia mais a música, e pude então começar a visualização. Meu 'alvo' era Pachamama, mas o que aconteceu foi completamente inesperado.

Chego em uma planície. À minha direita existe uma densa floresta, mas a esquerda é um campo aberto. De longe identifico uma construção, mas não consigo defini-la exatamente. Me parece uma oca e vejo que há 13 mulheres muito idosas lá, todas Xamãs. Me encaminho em sua direção e sou recebida por uma delas com um forte abraço. Ela me saúda me pergunta o que eu quero. Das profundezas do meu inconsciente dou uma resposta totalmente inesperada para mim: "Minha Mãe, aqui chega uma mulher ferida, uma mãe ferida, uma filha ferida, uma irmã ferida. Preciso de ajuda." Ela não diz nada e simplesmente me cobre com um xale e me encaminha para um lugar que ora parecia uma habitação, ora uma caverna. Ali, sem qualquer explicação, entro numa espécie de 'trabalho de parto'. Mas não estou parindo uma criança. Elas me incitam a parir minhas dores, minhas feridas e tudo de negativo que esteja bloqueando o fluxo da minha vida. Eu entro profundamente na experiência - e tenho a vaga sensação de que meu corpo estaria quicando na cama pela energia. Começo a parir, ou melhor, estou gritando, urrando com o útero e sinto como se 'o negativo' saísse de mim exatamente como se sente quando se está parindo. Não tenho a menor idéia de quanto tempo isto dura, mas em dado momento acaba. Sinto-me exausta e elas começam a me dar um banho, a me limpar com água fresca. Aos poucos vou me recompondo e me vejo novamente do lado de fora da habitação. A líder das Xamãs passa a mão sobre minha cabeça e pergunta com um carinho indescritível: "Mulher das Estrelas, aonde estão os seus cabelos???" Respondo que no início do ano fiz um ritual de desapego (que foi como comecei o "Ano da Menopausa", algo que conto depois), mas que já estava voltando a deixá-lo crescer. Observo seu xale e as fitas multicoloridas me chamam atenção. Ela sorri e responde: "O foco é o Amor. Este é o Xale do Amor. Cada fita é colocada orando em intenção de algo ou alguém e isto é o mais puro Amor. Depois se faz uma oferenda de fubá." "Por que fazer uma oferenda se a oração por alguém já é uma oferenda?", pergunto. "Exatamente. Você puxa para você uma energia de benção, mas ao realizar a oferenda você faz com esta energia circule, passe através de você ao invés de ficar retida." Fico um pouco pensativa sobre isto e sinto que ainda tenho perguntas a fazer sobre esta 'magia do amor', mas não agora. Ela me pede para voltar, e sei que voltarei. Tenho coisas aprender aqui.

Volto para o corpo com uma sensação de que algo realmente saiu de mim. Estou um tanto confusa por ter ido buscar uma divindade e ter encontrado 13 Xamãs. Mas tenho que continuar o ritual e ainda não é hora de análises e pesquisas. Quando olho a imagem que encontrei na internet de Pachamama tomo consciência de que ela representa exatamente uma mulher parindo uma criança. Fico um tanto perplexa, pois durante a visualização isto não estava presente em minha mente. Quando começo a pintar as maracas, as fitas entregues por Hécate voltam à minha mente - e deve ter sido exatamente por isto que as fitas do xale me chamaram atenção - e sinto que devo colocá-las ali. Novamente minha mente analítica fica um tanto perplexa: Hécate, Pachamama, Mulher Tartaruga e 13 Xamãs... aonde foi mesmo que eu entrei??? Mas sigo o fluxo e depois de prontas, coloco as músicas de Carolyn para tocar e acompanho tanto com as maracas quanto com o tambor - ora com umas, ora com outras - durante uma hora. Depois encerro, agradeço e vou dormir.

Durmo como uma pedra e, no dia seguinte começo as pesquisas. Jamie Sams tem um tarô que fala exatamente de 13 Xamãs e encomendo o livro. Mas além desta referência, a única citação que encontro sobre isto vem do trabalho da Mirella Faur, mas não descreve detalhadamente cada uma das Xamãs - e ela as denomina de Matriarcas. Estou na fase das pesquisas e análise, e sinto que ainda vou voltar àquele lugar algumas vezes...

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