quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cuidado com a Magia Inconsciente!

No post anterior comento que fiz uma magia para 'chamar' o tambor e acabei provocando na própria Carolyn algum desconforto que levou-a a ter o desejo de descobrir se ele havia chegado. Ou seja, mexi com a energia dela através do tambor, ainda que nem de longe esta fosse minha intenção, pois tinha certeza de que a parte que lhe cabia no processo já havia sido concluída. Felizmente este foi o diferencial para a descoberta do 'mistério', pois então ela pode me passar os dados da transportadora (algo que eu não havia pedido) e o processo se concluiu. Mas há sérias reflexões a serem feitas sobre este episódio nada banal.

A primeira reflexão é sobre a conexão energética que criamos com tudo aquilo que passa por nossas mãos. Tudo que manipulamos e, principalmente, tudo aquilo que confeccionamos, ganha uma característica energética que a física quântica chama de entrelaçamento. E, termos práticos, tudo aquilo que vier a acontecer à 'coisa', se ainda permanecemos conectados a ela, irá nos atingir de um jeito ou de outro. Portanto, quando damos algo a alguém, precisamos, antes de qualquer coisa, fazer um exercício consciente de 'liberar' energeticamente aquilo, entregando de coração e soltando todo e qualquer vínculo que possamos ter com o objeto. Isto irá dar ao novo possuidor da coisa a liberdade de fazer com ela o que quiser; e também irá nos dar a segurança de que se algum dia aquilo for usado de forma negativa, não irá nos fazer mal por correspondência energética.

O ato de doação ou de presentear alguém precisa ser, pelo exposto, absolutamente generoso e desprovido de qualquer expectativa caso queiramos que nossa energia permaneça intacta nos tempos futuros e não seja afetada por, por exemplo, um roubo da coisa - que gera uma carga negativa ruim sobre o objeto roubado. Com relação ao tambor, certamente o gesto da Carolyn foi generoso, mas como artista é natural que ela quisesse um feedback sobre o fato de minhas expectativas terem ou não sido atendidas. Isto a manteve energeticamente vinculada ao mesmo e, portanto, a magia que fiz a atingiu. Por sorte (dela!), minha magia era branca e eu só pedi que ele viesse às minhas mãos, nada mais.

Outra reflexão sobre este fato é ainda mais séria, mesmo que não se aplique em todos os termos: todos temos a capacidade de fazer magia quando nosso emocional está envolvido e, para desespero dos nossos anjos de guarda, às vezes fazemos esta magia de forma inconsciente e totalmente maléfica para pessoas que não tínhamos a intenção de prejudicar. Se, ao invés de estar infantilmente ansiosa e apenas 'chamando' o tambor, eu estivesse emanando raiva, mágoa ou ressentimento pelo atraso, isto teria tido um efeito inconsciente devastador sobre a Carolyn. Eu estaria fazendo magia negra sobre uma pessoa que admiro e respeito e nem teria consciência disto. Graças aos Deuses eu tenho um pouco mais de auto-conhecimento do que tive no passado e não me presto a emanar coisas negativas - e quando a minha frequência baixa eu peço aos meus guias que tomem conta dos processos, pois nestes casos me declaro incapacitada de trabalhar 'por mim mesma'.

Infelizmente posso afirmar, tendo como base dezenas de outros exemplos que já vi no meu consultório, que nem sempre as pessoas têm este nível de controle sobre o emocional e, não raro, fazem mesmo é a magia negra de forma inconsciente. Este é o caso de minha paciente que 'joga' em cima de mim todo negativo que sente e que comentei no post Encruzilhadas da Vida. Até descobrir de onde vinha a energia, eu não tinha como trabalhá-la; e como sabia que vinha de uma paciente, não caberia simplesmente 'devolvê-la'. A magia inconsciente acontece todas as vezes que nos permitimos transformar uma pessoa em alvo para nossos sentimentos ou pensamentos obsessivos. Às vezes é raiva que sentimos de alguém que mobiliza em nós nossa Sombra; e passamos a 'debater ou brigar' com esta pessoa mentalmente, emanando uma carga energética potencialmente nociva que vai e, claro, volta!, sempre de forma inconsciente. Às vezes é mera 'curiosidade passional' que nossa consciência quer satisfazer, mas que se transforma num 'desafio' e, a partir disto, ganha a carga emocional necessária para se transformar em um vínculo energético suficientemente forte para atingir e desequilibrar o outro.

Já vi pessoas adoecerem fortemente simplesmente por estarem sendo alvos da 'paixão' de alguém com quem elas não tinham a menor afinidade. Também já vi pais adoecerem filhos e filhos adoecerem pais por ficarem verdadeiramente zangados com eles e alimentarem, diuturnamente, uma briga mental com poderosa carga emocional. Mas, nem de longe, estas duas coisas são para mim a pior forma de magia: a pior forma de magia é aquela que fazemos sem saber que estamos fazendo. É aquela que se baseia na falta de auto-conhecimento e que ocorre a partir de nosso inconsciente, das Sombras de nosso passado. E o caso a seguir é o exemplo definitivo para esta ilustração.

Uma paciente estava seguindo tranquilamente sua vida, aprendendo a saborear o prazer de uma solteirice recém adquirida, quando um rapaz decidiu que queria namorar com ela. Fez-lhe a corte por algumas semanas e ela, aos poucos, foi se permitindo baixar a guarda. Contudo, dias depois que começaram a namorar oficialmente, ele sentiu-se inseguro, ainda preso ao passado, e 'sumiu'. Assim que ela finalmente o achou, ele declarou que se enganou ao pedi-la em namoro. Ela lhe disse os desaforos cabíveis - já que ela estava quieta e foi ele quem insistiu - e deu o caso por encerrado. Conscientemente, pois para o seu inconsciente a história ganhou outra cor. Naquela noite ela sonhou que um 'outro eu' saia dela, pegava o rapaz como se ele fosse um boneco e realizava sobre ele uma série de procedimentos da mais pura magia negra que fariam qualquer 'manual' de mago negro parecer cartilha de criança! (Por motivos óbvios, não vou relatar os 'procedimentos').

No dia seguinte, na maior inocência do mundo, ela teve o ímpeto de comentar este sonho estranho com uma amiga que, graças à Mãe Divina!, estuda magia e que lhe explicou que aquilo era Magia Negra, e da 'boa'! Ela ficou apavorada, pois nunca, nesta vida, estudou magia, de nenhuma espécie. Não conhecia, portanto, a força e o efeito de todos os inúmeros elementos utilizados no procedimento. E, para piorar, jamais imaginou que tinha dentro de si um 'outro eu' que seria capaz de fazer algo tão poderoso sem que a consciência soubesse o ele que fazia. Saiu do trabalho imediatamente e foi para uma igreja. Acendeu algumas velas e pediu a Deus que não permitisse que aquilo acontecesse - conscientemente reconhecia que tomar um fora não seria motivo para vingança, menos ainda para uma vingança tão cruel. Aquilo ajudou, tenho certeza, mas não seria suficiente.

Quando ela chegou para a consulta e me relatou o fato - além de me presentear com mais algumas rugas e cabelos brancos! - me colocou imediatamente a questão: algo tão poderoso assim não pode ser desmanchado por ninguém além dela mesma e só uma oração não é suficiente. O procedimento tem que ser desfeito no mesmo 'passo a passo' no qual foi feito e, portanto, foi o que conduzi durante a consulta: uma visualização no qual ela invocava um outro Ser de Luz dentro dela mesma que a ajudava a desfazer o 'mal-feito'. Depois disto ficou claro para ela algo que eu já havia lhe dito assim que ela entrou no consultório há mais de um ano: ela havia sido uma bruxa no passado, uma feiticeira de muito conhecimento e poder e que não tinha a menor ética na utilização deste poder. Agora ela deveria separar o milho bom do milho mofado: recuperar o poder e aprender a usá-lo para o bem de forma CONSCIENTE.

... Esta moça é apenas uma dentre tantos outros pacientes que têm passado na Magia, de um jeito ou de outro. Mas desde a primeira consulta eu sabia que estava diante de alguém que tinha ido muito mais fundo que a maioria deles. Durante todo este ano que passou tentei mostrar para ela a necessidade de procurar se auto-conhecer também sob este aspecto, mas ela relutava. Agora esta relutância foi transformada numa certeza de que é sim a reencarnação de uma bruxa poderosa e que se não buscar este auto-conhecimento, acabará aqui e ali fazendo outras atrocidades como a que foi feita, sem a menor consciência do ato, mas com total responsabilidade espiritual sobre o mesmo.

... Espero que estas reflexões sirvam para os leitores pensarem com muito carinho em realmente voltar os olhos para sua própria Sombra e reconhecerem todos os recônditos da mesma, lembrando sempre que nem precisa ter sido tão poderoso no passado: basta apenas ter uma forte motivação emocional porque, no fim das contas, é isto que faz a Magia - de qualquer cor! - funcionar.

Um comentário:

  1. Oi,me identifiquei muito com seu texto! Tudo que eu desejo "de coração" acontece, e as vezes eu fico com medo das consequências disso...pesquisei muito na internet e seu texto foi o que mais descreveu o que eu sinto. Nao sou muito de praticar religião, mas queria alguma explicação pra isso ou algum modo de controlar...Sei que esse blog provavelmente tá morto e ninguém vai me responder, mas nao custa tentar né? haha
    Abraços

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