terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cidadã da Terra

No último post esqueci de explicar que quando a Xamã me chamou de Mulher das Estrelas o fez não por que sou de outro planeta ou qualquer coisa assim; mas por causa de minha forte conexão com a astrologia. O fato é que minha consciência evoluiu e evolui neste exato planeta há milênios, e tenho várias recordações e confirmações de outras fontes referentes a isto. Algumas dessas informações me vieram em sonhos vívidos e outras através de médiuns altamente preparados; outras, ainda, foram buscadas por mim em regressões realizadas para explicar determinados sentimentos e atitudes que fugiam completamente à análise desta única vida.

A primeira vez que tive um sonho sobre outra encarnação eu não tinha mais que cinco anos de idade. Me via como adulta, membro de um grupo de resistência que se escondia em galerias subterrâneas que eram tão grandes que pareciam ruas de uma cidade. Estávamos em volta de uma pequena fogueira e eu contava como um outro grupo havia sido pego e exterminado; e como tinha sido doloroso ver um garoto de uns 14 anos morto. Enquanto eu falava, ouvimos o som de uma latinha sendo chutada e sabíamos que havíamos sido descobertos. Senti uma bala entrando por minhas costas - e de fato tenho uma mancha de nascença exatamente no lugar que senti no sonho - e sei que morri. A próxima cena que via era de eu carregando o corpo do tal jovenzinho e, com o conhecimento que tenho hoje, ela já devia estar acontecendo depois de minha morte. Acordei aos berros no meu corpinho de cinco anos sem entender o que era uma guerra e nem como eu poderia ter sonhado que 'era adulta'. Meu pai era filho de pastor protestante e minha mãe quase foi freira, e a resposta para este entendimento só me chegou muito tempo depois disto. Mas o sonho e todas as sensações envolvidas nele jamais saíram de minha mente.

O próximo sonho que tive com outra encarnação aconteceu quando eu já tinha 15 anos. Me via chegando em um templo no meio de uma floresta. Ele era aberto e tinha apenas um telhado alto, sustentado por colunas. Ao invés de ter uma escada que subia, ele tinha uma escada que descia e, no centro, uma imagem de Kali. Eu era uma indiana. Descia as escadas, me ajoelhava, tocava a testa no chão e dizia em voz alta: "Mãe Divina, eu a amo acima de todas as coisas." Neste mesmo instante, a 'voz do ocidente' se fez ouvir em minha mente com uma pergunta: "Até mesmo acima de Deus?" Acordei em pânico, como se tivesse cometido uma verdadeira heresia.

Uns sete anos depois disto conheci uma senhorinha que tinha uma mediunidade impressionante. Eu estava na época me debatendo com um medo incrível que surgia toda vez que tinha que expor minhas idéias - e para alguém que estava cursando faculdade de comunicação isto era um problema, e dos grandes! Esta senhorinha usava um baralho comum para abrir seus canais de comunicação e entrar numa espécie de transe. E foi neste transe, e não pelo baralho, que ela me disse que me via em muitas encarnações como mulher e sempre com um perfil questionador e aguerrido. E, para explicar meu medo, ela disse que me via trancada em uma masmorra escura, acorrentada a uma parede - e que eu ainda carregava comigo aquela experiência. Nos meus 22 aninhos saí de lá questionando a informação, pois com o pouco conhecimento de história que tinha à época, me parecia inverosímel que uma mulher tivesse sido 'questionadora' nas épocas passadas. Hoje dou risada desta minha atitude, pois ao questioná-la estava fazendo exatamente aquilo que ela disse que eu sempre fizera. Além disto, tenho também o conhecimento de que ao longo de toda história humana, por mais que o patriarcado cravasse suas unhas sobre as mulheres, sempre houveram aquelas que marcaram suas presenças. Mesmo na alta idade média encontramos textos de alquimistas mulheres como Maria Prophetisa que, burlando a inquisição, deixaram para a posteridade trabalhos fascinantes.

Muitos anos depois, precisei voltar de forma um pouco mais consciente exatamente àquela encarnação da prisão, sem saber ainda que era ali que iria parar. Eu comecei a trabalhar como médium em um centro de umbanda e tinha em relação a um colega duas sensação absolutamente conflitantes: de um lado uma forte atração física e de outro um medo tão absurdo que fazia com que meu corpo se retesasse completamente pelo simples fato de ouvir a voz dele. Quando isto começou a me causar profundo desconforto, realizei uma regressão utilizando a técnica descrita por Jeanne Avery em seu livro "Astrologia e suas Vidas Passadas". A técnica consiste basicamente em visualizar uma rosa sobre o chacra frontal e, em seguida, ver emergir um cristal ou pedra de seu centro. Esta pedra emana raios e cria um campo de proteção a redor da pessoa. Em seguida se faz a pergunta do que se precisa saber - que, no meu caso consistia em descobrir o motivo pelo qual o colega me desequilibrava tanto, se nesta encarnação nós jamais havíamos sequer 'batido um papo'? O inconsciente imediatamente respondeu com uma imagem.

Me via morando sozinha no meio de uma floresta e, nos limites dela, havia um pequeno vilarejo. Eu tinha certa habilidade com ervas e plantas e trocava esses remédios pelas outras coisas que precisava para viver com as pessoas da cidade. Elas me procuravam apenas quando tinham algum problema, pois não era exatamente uma 'pessoa sociável'. Em dado momento, um homem da cidade, com patente militar me procura para alguma coisa e começamos a nos relacionar. Eu não identifico exatamente a localização, mas tenho a impressão de que era em algum lugar da Inglaterra. Certeza absoluta tenho apenas que seu uniforme era azul. Deste relacionamento nasce uma criança e um 'escândalo'. Era o início da Inquisição e para se livrar do 'escândalo' o homem se diz enfeitiçado e me 'denuncia' - não sem antes negociar sob régio pagamento o salvamento da criança que foi 'purificada' pelo batismo. A execução foi em praça pública e me via olhando para os rostos das mesmas pessoas a quem havia ajudado em algum momento e percebendo o quanto eles tinham medo de mim. Apenas um rapaz havia tentado me salvar chegando até mim com um cavalo antes dos inquisidores, mas minha vaidade me impediu de fugir a tempo. Já na fogueira, via meu filho nos braços de outra mulher e meu 'denunciante' a seu lado, absolutamente impassível diante da cena. Sei que era no início da Idade das Trevas porque meus cabelos não tinham sido cortados e o cheiro deles se queimando era o mais nauseante de tudo. Em dado momento deixei de sentir o calor do fogo - e hoje sei que quando os nervos se queimam o cérebro pára de receber as sensações de calor.

Não posso dizer que morri com os sentimentos mais 'puros' no coração, mas meus guias me resgataram antes que eu me tornasse uma 'obsessora'. Depois desta regressão o medo se dissipou e em dado momento este colega começou a me assediar. Chegamos a nos envolver, mas ele não conseguiu permanecer a meu lado - provavelmente porque sua consciência ainda deve doer de alguma forma. Mas isto é com ele.

Para finalizar este post, a próxima encarnação que quero citar é justamente a que aconteceu logo após àquela da execução na fogueira. E ela foi uma estratégia bastante inteligente dos meus guias para dissipar meus rancores - eles me colocaram do outro lado. Me via como homem, na alta Idade Média, e fazendo parte da Igreja. Mas ao invés de me enveredar para a 'carreira' de inquisidor, fui estudar alquimia e resgatar memórias e conhecimentos muito antigos de minha alma; de um tempo perdido no qual, dentre outras coisas, a astrologia era quase um 'segundo idioma'. E me divirto pensando que devo ter sido 'gay', pois esta é única encarnação que me lembro ter sido homem. Devem ter ocorrido outras, claro - ninguém evolui numa única frequência - mas nunca ficaram disponíveis nas minhas lembranças, provavelmente porque não devo ter 'pendências' relacionadas a elas para resolver agora. Ou tenho tantas que vão ficar para as próximas.

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