quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Rapidinhas 2 - Alegria Toldada

Cá estou fazendo hora para tomar meu remedinho 'de latir' e me lembrei de contar um fato que ao mesmo tempo que me trouxe alegria, também me deixou triste. Na sexta passada, resolvi experimentar um salão novo para aparar as pontas do cabelo e decidi que, como não estou na fase das pinturas, poderia também fazer as unhas - já que não as estragaria no dia seguinte.

Cabelo cortado, a moça das unhas continuava seu trabalho... ali pelo meio da 'função', ela começou a olhar de soslaio para meu rosto, voltar para as unhas, olhava o rosto, voltava para as unhas, olhava de novo e voltava às unhas. Fazendo de conta que não estava vendo a 'movimentação ocular', fiquei esperando para ver aonde isto ia dar, sem prejulgar nada ou antecipar nada. Apenas aguardando. Uma hora ela não aguentou e comentou: "Você é tão calma, tão tranquila... passa uma paz para a gente!"

Minha reação imediata foi agradecer o elogio - talvez um dos maiores elogios que recebi na vida, pelos padrões do que considero importante. Em seguida, passou rápido por minha mente o quanto de energia ruim aquela moça deve receber por dia. Numa sociedade aonde não existe a consciência sobre o fato de que emanamos energia o tempo todo, e que esta energia efetivamente afeta a todos que se acercam de nós, é pouco comum que as pessoas se preocupem com o que levam porta a fora de casa. E, como toda mulher sabe bem, um salão de beleza é um espaço aonde, não raro, a ansiedade (por ficar bonita), a angústia (das inseguranças 'femininas') e a frustração (fartamente 'desabafada' com as colegas e manicures) flutua palpável no ar.

Fiquei triste por aquela moça que trabalha justamente manipulando as 'extremidades' do corpo e recebendo, diuturnamente, uma carga negativa por força de seu emprego. E se eu pudesse desejar com força alguma coisa agora, desejaria que mais pessoas lhe levassem paz!

Nenhum comentário:

Postar um comentário