sábado, 27 de agosto de 2011

Partes que Superam o Todo

A Física Quântica postulou, há mais de dez anos, a Teoria das Cordas que delimita o conceito de pluriversos. De forma grosseira, estes pluriversos poderiam ser entendidos como universos que vibram em frequências diferentes entre si - como as cordas de um instrumento musical - e têm, por isto mesmo, características peculiares, ainda que sejam separados um do outro por uma 'distância' inferior à espessura de um fio de cabelo. Mesmo que o futuro venha a pôr por terra esta teoria, o fato é que nossa consciência funciona e sempre funcionou em planos e modulações diferentes - o que nos caracteriza, desde sempre, como seres múltiplos, ainda que tenhamos a 'ilusão' de unidade. E resolvi falar sobre isto porque hoje é bem um desses dias nos quais estou 'atuando' em várias frentes e tentando equilibrar o sistema como um malabarista chinês.

Parte de mim está aqui, escrevendo este post, tentando expressar da melhor maneira possível os sentimentos vivenciados por uma psique consciente de que a soma das partes supera o todo. Outra parte está ligada no furacão Irene, preocupadíssima com uma paciente que até ontem à noite achava que todos os alertas dados pelos sistemas americanos eram 'histeria' e que seria, de alguma forma, tão divertido (?!) ver um furacão de verdade, quanto foi sentir a 'onda' de um terremoto. É uma menina em corpo de gente grande, que por não ter visto nenhum quadro cair das paredes, achou a reação das pessoas um tanto paranóica! Tive que respirar fundo, pedir para ela ir me mostrando os cômodos da casa e explicando, detalhadamente tudo o que deveria tirar do 'rumo' das janelas e aonde deveria ficar escondida dentro de casa. Claro que se a Mãe Divina quiser, Irene não irá passar por lá com ventos tipo 3 ou 4; tudo pode acabar se resumindo a uma grande tempestade. Mas precisei lhe dizer que em situações de risco é melhor rir depois do 'excesso' de cuidados, do que se arrepender de não ter tomado uma medida mais efetiva de proteção.

Outra parte de mim bate o olho no relógio e me cobra voltar imediatamente para a revisão da monografia de uma paciente, que deve me levar muitas horas mais de trabalho, mas também está me dando grande prazer pelas contribuições que estou dando. Enquanto isto, outra está em algum lugar, elaborando cuidadosamente meu ritual de Lua Negra para amanhã; mais uma está escrevendo 'compulsivamente' os novos textos do site, selecionando casos de pacientes que já nem lembrava ter atendido, tão antigas as histórias. Estas duas últimas estão adiantando bastante o trabalho do ego, pois quando finalmente chegar a hora delas concretizarem uma e outra coisa, tudo vem fácil e fluido. Cansou? Não desanima não, pois a 'filha dos meus pais' me cobra entrar no carro e viajar 50km só para ir dar um beijo neles; e a 'dona de casa' aponta a necessidade de passar no mercado na volta. A 'mãe de pets' balança a cabeça em censura, pois os cães precisam tomar um bom e belo banho - pra ontem! - e a água dos aquários já passou do dia de ser trocada. Ufa!

No fim das contas, todos nós acabamos conseguindo fazer tudo o que precisamos - e não serei diferente de ninguém. Mas, vamos combinar?!, bem que uns clonezinhos cairiam bem!!!

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