domingo, 7 de agosto de 2011

Eu sou uma lenda... e isto não é paráfrase!

Todo mundo sabe que uma lenda urbana, para ser uma 'boa lenda', tem que ter elementos que possam divertir ou assustar aos ouvintes. São historietas que imagino serem criadas por pessoas que desejavam se fazer importantes aos olhos dos outros e que venderam, como fatos verídicos, distorções da realidade - quando não mentiras completas. E por 'mero acaso' descobri um dia desses que já fui o personagem principal de uma dessas 'lendas'.

Há pouco mais de seis meses comecei a atender uma mulher que havia sido, quando criança, minha vizinha. A diferença de idade entre nós é de oito anos, e se hoje isto ainda é razoável - 38/46 -, na época era um abismo, pois ela ainda era uma menina e eu já estava em plena adolescência. E por mais que eu fosse sempre muito gentil com ela, nunca sentamos para 'bater um papo'.

Voltando ao presente, lá pela terceira ou quarta consulta, um dia ela se empertigou todinha na poltrona, me olhou, meio de soslaio, e falou: "posso fazer uma pergunta?" Eu respondi, calmamente, que sim. E aí ela soltou: "É verdade que você falou com o espírito do Elvis Presley?" Caí na gargalhada. "Não, claro que não", respondi depois de parar de rir, "de onde você tirou isto?". Ela suspirou aliviada, encostou na cadeira, e contou que quando era pequena ela, e todas as crianças da sua enorme turminha, sabendo que eu era 'médium', passaram a acreditar, em algum momento, que eu tinha falado com o Elvis. E mais: ele não só 'falara' comigo, mas havia aberto a portaria para mim. Ela contou que naquela época passava por mim e quase morria de medo, pensando, "ai meu Deus, a garota que fala com o Elvis".

O impressionante desta história é que até o exato instante em que eu desmenti, ela ainda continuava acreditando nesta fantasia que alguma outra criança inventou para se fazer "importante portador de um conhecimento secreto". E eu fiquei me perguntando quantos outros daqueles meninos e meninas permanecem até hoje acreditando nessa bobagem. Mas não pude deixar de brincar e disse a ela que da próxima vez que alguém falasse que "Elvis Não Morreu", ela poderia responder: "Morreu sim, e veio para o Brasil abrir a portaria para a minha vizinha!"  
 

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