quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Da Sombra à Luz

Já relatei neste blog alguns episódios nos quais contei com a ajuda de um grande amigo que, médium como eu, conseguiu definir com precisão coisas que eu mesma não via e me ajudou em momentos cruciais (posts "Papagaio"; "São Camilo...", "Encruzilhadas da Vida"). Hoje, contudo, recebi um telefonema dele que me deixou muito triste e muito preocupada: ele, que é professor do ensino fundamental, acaba de ser injustamente acusado de pedofilia pelo pai de uma de suas alunas, que tem apenas seis anos.

Obviamente ele está em choque, não somente por que isto é uma deslavada mentira, mas, também, porque ama profundamente seu trabalho e é extremamente responsável no trato com as crianças. Conhece o 'imaginário' infantil o suficiente para saber que a fim de se justificar de qualquer falta escolar, uma criança pode dizer o que bem entender para os pais. Por isto mesmo, a vida toda sempre tomou muito cuidado com aproximações físicas e nunca se permitiu ficar a sós com nenhuma criança. Não bastasse isto, meu amigo é gay assumido e se tivesse alguma 'perversão', certamente esta não atingiria meninas...

Mesmo tendo ficado tão chocada quanto ele, minha reação imediata foi manter a cabeça no lugar, procurar ser o mais calma e firme possível. Convoquei-o para estar comigo no consultório amanhã a fim de mexer em algumas coisas no seu inconsciente para tentarmos desvelar o mistério por trás deste episódio. Uma das coisas que me define, e que fica claro para quem convive comigo, é que não acredito que exista um tempo ou espaço no qual a Vontade Divina não atue. Em termos práticos, significa que se uma coisa qualquer nos acontece, ainda que motivada por forças negativas do Cosmo, só se concretiza porque a Mãe Divina o permitiu. Claro que, no dia-a-dia, diante de um evento desta monta, existe um espaço humano natural para o choro, a dor e até mesmo a revolta. Mas, correndo em paralelo a isto, deve haver também espaço para manter a Fé na Mãe Divina e voltar-se para Ela com a pergunta: para quê? Note: PARA quê? e não POR quê? Os porquês usualmente nos  levam para o passado e se, por um lado, podem mostrar as origens, às vezes intrapsíquicas, às vezes cármicas, de uma situação, são os 'para quê' que nos auxiliam a transformar o lodo e a lama em solo fértil para um futuro diferente e melhor. E não me concebe que a Vontade Divina seja diferente disto: Ela sempre nos leva à evolução.

Pessoalmente já passei por muitas situações de caráter 'injusto' que foram devastadoras (já fui inclusive fisicamente ameaçada por um paciente!), mas que deixaram no seu rastro uma ampliação de consciência que não teria sido conseguida caso a injustiça não tivesse sido tão devastadora. Nada tão juridicamente perigoso quanto uma acusação de pedofilia; muito menos tão socialmente marcante quanto receber um rótulo difícil de ser retirado. Mas posso fazer uma boa idéia da dor que meu amigo está sentindo e, talvez também por isto, ele tenha me procurado: precisa de alguém que tenha uma boa noção de com transmutar sua dor e o ajude a chegar 'do outro lado' da questão. E, do outro lado da questão, temos um médium excelente que canaliza para a matéria a energia de guias de alta estirpe espiritual há mais de 30 anos. No seu trabalho ele utiliza esta energia para lidar com a parte espiritual das crianças, sem que elas ou qualquer outra pessoa perceba o que ele faz. Isto já seria suficiente para mobilizar uma força contrária que viesse lhe desestabilizar. Mas, exatamente por contar com a equipe que conta, tenho certeza absoluta que existem motivos intrapsíquicos que 'permitiram' este tipo de ataque. E é aí que eu vou entrar.

A primeira orientação que lhe dei foi a de que rezasse pedindo aos guias que fortalecessem os anjos da guarda da família que o ataca. Está claro que eles não passam de 'títeres' em mãos espiritualmente bem ardilosas. Se ele se permitir vibrar na freqüência de vingança, apenas irá colocar mais lenha na fogueira. Sei, por experiência própria, que o que lhe peço é quase 'sobre-humano', mas é o certo. Ainda que juridicamente ele tenha depois o direito de invocar Xangô e pedir indenização pela calúnia, espiritualmente ele precisa entender que quanto mais ele orar pela família, menos força o negativo terá para prosseguir no ataque. Ao sentar frente a frente comigo e com minha equipe, e fazer uma boa higienização em seu inconsciente, vamos conseguir descobrir o que, dentro dele, autorizou este tipo de ataque. E, a partir disto, iremos compreender a Vontade Divina nesta dolorosa questão. Que os Deuses nos ajudem a ajudá-lo!

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